Por que monitorar a qualidade do ar em ambientes internos hospitalares?
Garantir uma boa vivência em um ambiente interno de qualquer edifício é uma tarefa complexa, e os hospitais não são exceção. Em uma instalação dedicada a promover a saúde e o bem-estar das pessoas, a qualidade do ar em ambientes internos hospitalares deve receber uma atenção especial.
A maior razão pela qual os hospitais devem fazer o monitoramento da qualidade do ar é porque são ambientes que enfrentam os maiores desafios em termos de contaminação do ar, principalmente por terem o compartilhamento de ar entre diversas pessoas, saudáveis e enfermas.
A qualidade do ar em ambientes internos hospitalares afeta diretamente a capacidade e eficiência de trabalho das equipes médicas, além de prejudicar o processo de recuperação dos pacientes, que é o principal objetivo de um hospital.
A má qualidade do ar em ambientes internos hospitalares pode gerar a síndrome do hospital doente (SHS), causando dores de cabeça, fadiga, irritação na pele e nos olhos, entre outros sintomas.
Segundo um estudo da revista Medical Science Monitor, o monitoramento da qualidade do ar interno (IAQ) desempenha um importante papel também na prevenção de infecções hospitalares, que podem afetar especialmente pacientes imunocomprometidos, que são altamente suscetíveis aos efeitos adversos de vários produtos químicos e micróbios transportados pelo ar.
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Parâmetros de monitoramento da qualidade do ar em ambientes internos hospitalares
Num geral, os parâmetros importantes para o monitoramento da qualidade do ar interno em qualquer edifício são:
- Material particulado;
- Temperatura e umidade;
- Compostos orgânicos voláteis (COV);
- Compostos inorgânicos, como dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), ozônio (O3), formaldeído (CH2O);
- Taxas de ocupação e ventilação.
Por si só, estes parâmetros, quando acima da taxa limite, podem afetar a saúde humana em vários níveis de gravidade, desde a síndrome do edifício doente até doenças como pneumonia e cânceres.
Contudo, no caso da qualidade do ar em ambientes internos hospitalares, alguns outros fatores precisam ser considerados:
- Contaminantes químicos, como glutaraldeído (C5H8O2), óxido nitroso (N2O), e alergênicos de látex.
- Microorganismos patogênicos, como Mycobacterium tuberculosis (TB) bacteria, Legionella bacteria, Staphylococcus aureus, e Aspergillus spores.
Além de avaliar os parâmetros mencionados acima, o monitoramento da qualidade do ar interno também pode revelar a presença de poluentes ainda desconhecidos, que necessitarão de uma nova estratégia de mitigação.
A importância da manutenção em equipamentos e instalações hospitalares
Entender quais são os fatores que prejudicam a qualidade do ar em ambientes internos hospitalares é apenas o primeiro passo. Para melhorar a qualidade do ar e garantir que os poluentes estejam dentro dos níveis aceitáveis, é necessário um plano de manutenção de equipamentos e instalações.
Equipamentos operacionais, tais como ventiladores e sistemas de climatização, podem ser responsáveis pela má distribuição de ar e pela falta de recirculação de ar externo, podendo também introduzir ar exterior poluído não tratado. Um plano de manutenção em equipamentos hospitalares pode evitar o agravamento da situação.
Além disso, desde 1998, com a Portaria Nº 3.523 do Ministério da Saúde, ambientes internos climatizados ou de uso coletivo já eram obrigados a criar um Plano de Manutenção, Operação e Controle, ou PMOC. A partir de 2018, com a lei Nº 13.589, tornou-se obrigatório não apenas a criação de um PMOC, mas também a sua execução.
Investir na qualidade do ar em ambientes internos hospitalares é investir na saúde e proteção dos colaboradores e dos pacientes, evitando gastos com sanções e indenizações decorrentes da negligência com a qualidade do ar.
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